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CONTRIBUIÇÕES NA IGREJA



PRINCÍPIOS NA ADMINISTRAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES NA IGREJA


“Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade (...). E, quando tiver chegado, enviarei, com cartas, para levarem as vossas dádivas a Jerusalém, aqueles que aprovardes. Se convier que eu também vá, eles irão comigo.” 1Co 16.1-4


Presbíteros e diáconos (At.11.29-30) são os responsáveis pela administração das contribuições. O presbitério, como responsável legítimo, constitui e comissionam fiéis (diáconos) para o desempenho dessa graça – (2Co 8.19); homens, cujo o testemunho reconhecido pela igreja, pelo zelo e responsabilidade, são incumbidos de administrarem com critério e temor. (cf. 2Co 9.11-14; 1Tm 3.8).


Vejamos os exemplos de iniciativa e participação de Paulo e seus auxiliares em levantar e administrar coletas para os pobres e para o ministério, nas referências a seguir: (At 11 29-30; At 20.1-6; Rm 15.25-28; 1Co 16.1; 2Co 8.1-24; 2Co 9).


O Apóstolo toma a iniciativa da coordenação da coleta e ensinava como deveria ser feito com a mesma. Ele chega a dedicar dois capítulos inteiros nas escrituras para o assunto (2Co 8 e 2Co 9). Ensinou o principio da generosidade, a contribuição a administração e o cuidado com os pobres e com “todos” (cf.2Co 9.13), incluindo a assistência aos ministros (1Co 9) Paulo, assim como todos os que trabalhavam no evangelho com ele, certamente se fazia valer desse direito e benefício; cuidando conjuntamente dos pobres nas visitas de rotina às Igrejas por onde passava. Faz menção no livro de Gálatas; “... recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também me esforcei por fazer.” Gl 2.10.


Em 2Co 8.16-22, ele recebe as dádivas e encaminha-as sob a responsabilidade de “outros irmãos” além dele, a fim de evitar mal entendido; sempre trabalhando em conjunto. Em 2Co 8.18, “Tito é enviado com o irmão”;

Em 2Co 8.23 cita outros irmãos, mensageiros das igrejas e glória de Cristo; e ainda em 2Co 9.3,5 diz “os irmãos”.


Considerava que organizar, escriturar e incluir outros na execução desse serviço (1Co 16.1-4) evitaria que os irmãos incorressem na possibilidade de suspeitas com respeito à forma e à conduta na administração daquela dádiva generosa.


Paulo coordenava as contribuições e envolvia irmãos conceituados no serviço de coleta (2Co 8.16-22); convidou Tito para participar desse serviço, enviando-o conjuntamente (cf v.16 e 17); coloca um determinado “irmão” cujo louvor no evangelho está espalhado por todas as igrejas, “... e também escolhido pelas igrejas”; ou seja, alguém aprovado, adjunto ao serviço. O seu objetivo, portanto, fica claro no versículo 20 de 2Co 8: “... evitando, assim, que alguém nos acuse em face desta generosa dádiva administrada por nós”.


O porquê de tanto critério e preocupação de Paulo não foi por acaso. Primeiro, porque esse assunto não deve ser tratado sozinho, depois, é possível que houvesse se propagado em Corinto falsos rumores acerca do recolhimento e uso equivocado das coletas por parte do apóstolo.


Paulo cuida em proceder honestamente, não só perante o Senhor, mas também diante dos homens (cf. v.21). Ele se mostrava constrangido face ao ambiente na igreja em Corinto. O seu direito como ministro pelo serviço que prestava e a forma como ele administrava as contribuições levaram-no a declarar:


“A minha defesa perante os que me interpelam é esta: não temos o direito de comer e beber? Não temos o direito de deixar de trabalhar? Quem jamais vai à guerra à sua própria custa? Planta a vinha e não come do seu fruto? Apascenta um rebanho e não se alimenta do leite do rebanho?” (1Co 9.1-12)


PROVÁVEIS SUSPEITAS CONTRA PAULO


Na Igreja em Coríntios, surgiram rumores quanto à conduta duvidosa de Paulo na administração das contribuições (2Co 12.17-19). E com perguntas cujas respostas são óbvias, Paulo desmente prováveis insinuações duvidosas a seu respeito, que haviam provavelmente se introduzidas e disseminadas no meio da igreja.


“Porventura, vos explorei por intermédio de algum daqueles que vos enviei?” (cf. v.17)

“Porventura, Tito vos explorou? “(cf. v.18)

“Cuidais que ainda nos desculpamos convosco?” (cf v.19)


Paulo não nega o zelo da igreja em Corinto para com a “assistência aos santos”; chega a dizer que esse zelo tinha estimulado a muitíssimos (cf 2Co 9.1-2). Porém, fica clara a falta de entendimento e prática dessa mesma igreja no tocante à assistência aos ministros que cooperavam no ministério.


Enquanto estava em Coríntios, Paulo divide seu tempo entre exercer o ofício de fazer tendas para o seu sustento e dos que estavam com eles, e exercer o ministério (cf At 18.3). Porém, em At 18.5, há o registro da chegada de Silas e Timóteo, vindos da igreja em Beréia, na Macedônia (cf At 17.14-15), oportunidade em que o apóstolo deixa o oficio de fazer tendas, e se dedica integralmente ao ministério; isso foi possível devido aos seus companheiros terem lhe trazido algum recurso financeiro da parte de outras igrejas. Nesse momento, Paulo está em Corinto, ensinando a palavra durante um ano e meio. (At 18.11); nada havia recebido daquela igreja.


Paulo, ainda registra na sua segunda carta aos Coríntios sua queixa: “Cometi eu, porventura, algum pecado pelo fato de viver humildemente, para que fôsseis vós exaltados, visto que gratuitamente vos anunciei o evangelho de Deus? Despojei outras igrejas, recebendo salário, para vos poder servir, e, estando entre vós, ao passar privações, não me fiz pesado a ninguém; pois os irmãos, quando vieram da Macedônia, supriram o que me faltava”. (cf 2Co 11.7)


Na Igreja em Tessalônica, alguns judaizantes que se opunham ao evangelho começaram a atacar a Paulo, espalhando rumores sobre suas intenções e conduta; Paulo desmente tais rumores, recordando em carta aos irmãos o amor e o trabalho que ele e seus colaboradores demonstraram para com os tessalonicenses (1Ts 2.1-7,9,10). Apresenta-se Paulo, ainda, como um exemplo para os Tessalonicenses:


“... pois vós mesmos estais cientes do modo por que vos convém imitar-nos, visto que nunca nos portamos desordenadamente entre vós, nem jamais comemos pão à custa de outrem; pelo contrário, em labor e fadiga, de noite e de dia, trabalhamos, a fim de não sermos pesados a nenhum de vós; não porque não tivéssemos esse direito, mas por termos em vista oferecer-vos exemplo em nós mesmos, para nos imitardes.” (2Ts 3.7-9)


As abordagens de Paulo nas cartas aos Coríntios e assim aos Tessalonicenses apontam para a possibilidade de ter havido algum tipo de insinuação ou suspeita contra ele; com isso, querendo Paulo cortar qualquer pretexto de ser colocado sob suspeita maldosa, o mesmo se cerca de cuidados próprios, dando provas evidentes de seu bom testemunho; além de cuidar também com a consciência dos irmãos, Paulo aqui se vê obrigado a cuidar de sua autoridade moral.


O ZELO E CUIDADO COM AS FINANÇAS NA IGREJA PRIMEIRA


Paulo entendia muito bem o cuidado e a conduta que um presbítero deveria ter para com os recursos (dinheiro) de Deus, entregues pela igreja. Nenhum outro apóstolo tratou o tema com tanta importância e riqueza de detalhes; portanto, não se faz procedente nenhuma das insinuações dos irmãos de algumas igrejas, e assim também dos de fora.


Esse, portanto, deve ser também nosso cuidado para com esse assunto. Veja o que os apóstolos Paulo e Pedro orientam aos demais presbíteros.


O Apóstolo Paulo aborda em At 20 33-35 o cuidado que os presbíteros da igreja em Éfeso deveriam ter na condução do rebanho e no trato com as finanças.


“De ninguém cobicei prata, nem outo, nem vestes; vós mesmos sabeis que estas mãos serviram para o que era necessário a mim e aos que estavam comigo” At 20. 33-34


Paulo, quando da falta de ajuda de determinada igreja, foi-lhe necessário trabalhar para seu sustento e sustento dos que estavam com ele; bem como para socorrer os necessitados.


Denuncia na sua primeira carta a Timóteo (1Tm 6.5), que alguns falsos mestres agiam com leviandade na igreja: “... supondo que a piedade é fonte de lucro. ” Vs.5


Paulo não exclui essa verdade, quando acompanhada da conduta correta: “... de fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. ” Vs.6

Ele adverte ao discípulo e presbítero (Timóteo):


“Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição” Vs.7-9


E ainda segue alertando...


“Porque o amor do dinheiro é a raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé, e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.” V.10


O Apóstolo Pedro aborda em 1Pe 5.1-2 o cuidado que os presbíteros que viviam nos territórios de Ponto, Capadócia, Ásia e Bitínia, deveriam ter na condução do rebanho e no trato com as finanças.


“Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero com eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda coparticipantes da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade.”


A obtenção de recursos seja de ordem financeira ou material, oriunda da ganância cobiça não era admitida a nenhum discípulo, quanto mais em um ministro. E o contexto da advertência era a respeito dos falsos mestres que espoliavam a igreja. Lembrando que uma das condições para um discípulo exercer o presbitério era: “... não cobiçoso de torpe ganância” (Tt 1.7b). Bem, esperava-se que a dedicação ao serviço fosse espontânea e de boa vontade; o que não significa, necessariamente, ausência de reconhecimento por parte da igreja que é cuidada, e da dignidade do suprimento legítimo ao ministro. Isso caracteriza honra por parte de quem é servido com “bens espirituais”. Paulo apela a um tipo de relação legítima entre os que servem com bens espirituais e outros que recompensam e retribui com “bens materais”.


“... isto lhes pareceu bem, e mesmo lhes são devedores, porque, se os gentios têm sido participantes dos valores espirituais dos judeus, devem também servi-los com bens materiais” Rm 15.2


“Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito recolhermos de vós bens materiais?” 1Co 9.11


O ZELO E CUIDADO COM AS FINANÇAS NOS TEMPOS ATUAIS


O fato de sermos autoridade no serviço, e confiáveis, exige-se ainda mais o cuidado especial com esse tipo de assunto, como também o cuidado conosco mesmo, e assim com a consciência dos irmãos. Portanto, devemos manter vigilância e cuidado com esse serviço tão glorioso e com real eminencia de risco.


A igreja confia e descansa na administração dessa graça por parte dos presbíteros e diáconos, a fim de exercerem a justiça e a equidade em favor das viúvas, pobres, necessitados; dos obreiros de tempo integral, e do custeio de despesas no exercício da obra designada por Deus, em favor da sua igreja. O nosso dever é corresponder com zelo, responsabilidade e vigilância quanto a essa confiança.


A Generosidade (contribuição) deve ser administrada com critério e temor por parte dos presbíteros e diáconos, pois a eles foram confiada essa preciosa demanda: administrar a graça da generosidade.

O critério dos apóstolos na igreja primeira com relação às questões financeiras era algo recorrente. Cabe a nós, igual ou maior cuidado com essa administração nesse tempo atual com tantas controvérsias e desvios de comportamento de obreiros fraudulentos.


O DESTINO DAS CONTRIBUIÇÕES RECOLHIDAS NA IGREJA

  • Socorrer Irmãos pobres, necessitados viúvas e mães solteiras; (2Co 9.12; 1Tm 6.16)

  • Para que haja igualdade; igualdade no cuidado e assistência, (2Co 8.13-15)

“Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? ” (1Jo 3.17)


“Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer os necessitados”.

  • Sustento de Obreiros de tempo integral (apóstolos, profetas, evangelista, pastores, mestres e diáconos) 1Co 9

  • Socorrer igrejas locais carentes;

  • Custear a Expansão da Obra (encaminhar obreiros em jornadas do reino de Deus);

  • (Paulo, espera ser encaminhado) Rm 15.23-24;

  • (Paulo, espera ser encaminhado) 1Co 16.6;

  • (Timóteo, esteja sem receio, e seja encaminhado) 1Co 16.10-11;

  • (Exemplo de Gaio, hospedando e encaminhando obreiros itinerantes) 3Jo. 6;

  • (Auxílios aos Cooperadores da verdade) 3Jo 5-8

  • Demandas materiais e logísticas da obra da igreja.

Vejamos a comparação entre um líder mercenário e um líder fiel:


LÍDER MERCENÁRIO:


  • Exige de quem pouco ou nada tem;

  • Pede mais que o necessário – não há contentamento;

  • Produz sobrecarga;

  • Movidos por avareza, fazem dos homens comércio – 2Pe 2.3;

  • Usa a “técnica da condenação” e da "cultura do medo":

  • Deus vai te punir,

  • O diabo irá te esvaziar .

  • Você não vai prosperar se não der.

  • Se você não der, você não receberá.

  • Usa o pretexto das advertências contidas na velha aliança (roubo) Ml 3.10;

  • Não ensina a verdade sobre a graça da generosidade (2Co 8 e 2Co 9);

  • Não se interessa ou investiga a causa dos pobres, viúvas e necessitados.


LÍDER FIEL


  • Não exige, espera;

  • Não devora;

  • Reconhece o “direito” que tem; mas não exige que se faça nada em seu favor;

  • Trabalha com esperança;

  • Ensina o principio da generosidade;

  • Interessa-se e investiga a causa dos pobres;

  • Nada faz sozinho no campo das finanças na igreja; comissiona fiéis para esse serviço.



Louvado seja Deus, por sua sabedoria.







César Damasceno

diaconato.salvador@gmail.com


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